quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Amém

É chegado o tempo. É chegado o momento. É chegada a hora. A hora de chorar, de rir, de pensar. E então gargalhar com os mais loucos pensamentos. Quem sabe com os mais insanos pensamentos. O tempo de viver, na concepção mais intensa da palavra. É tempo de brincar, pensar, voar, jogar. E então gargalhar com as quedas. É, esse tempo tem disso: quedas. Inconstantes. É hora de ouvir, falar, pensar. E então é o momento de dar risada de todas aquelas besteiras ditas. Frases inúteis, frases fúteis porém úteis. Frases. Apenas palavras. Anuncio vos: é chegado o momento de falar, pensar, chorar. E porque não rir do próprio choro? Porque não olhar-se no espelho, e rir de sua própria careta enquanto chora? Este momento é como a primavera, pois neste tempo, tudo renasce, porém tudo envelhece. Tudo se cria, mas tudo se perde. Muitas coisas nascem, enquanto outras morrem. Este é o tempo apropriado para pensar, sofrer, ler. E isso o faz apropriado para chorar. Chorar de rir. Gargalhar de tanto sofrimento, de tanta loucura que o mesmo momento, sempre repetido, traz. Loucos ou insanos viajantes, é chegado o momento de parar, pensar, escrever. E sorrir. E pensar. E rir de tudo aquilo que o fez sorrir, o fez pensar, o fez escrever. Ah, e claro, de cair lágrimas alegres de tudo aquilo que escreveu. E rir das coisas mais idiotas que escreveu. Rir daqueles erros medonhos, que o fazem achar que és medíocre. É tempo de pensar. É momento de pensar. É a hora de pensar. Pensar e fazer tudo o que pensou. Faça também o que não pensou. Faça. Ria. Ria do que fez, do que desejava fazer, do que não fez. Ria do que viu o outro fazer. Ria com a certeza de que não é mais divertido rir do que chorar. É o contrário. Afinal, não seria o choro o ápice do riso? É o tempo. É o momento. É a hora. Chegou o agora!

Lar Doce Lar

Caixa de som é suporte de telefone.
Cinzeiro é estojo.
Cama é guarda roupa.
Pufe preto.
Gaveta é casa de décadas passadas.
Cadeira de praia é guarda roupa.
Escada é guarda roupa.
Guarda roupa guarda pipa.
TV é mesa.
Mesa é guarda roupa.
Cadeira levanta ventilador.
Ventilador é enfeite.
Elefante é na escada.
Flor é na escada.
Barata é no banheiro.
Lacraia é no banheiro.
Pássaro é na gaiola.
Sexo é na caixa do celular.
Sexo é na gaveta.
Santa é atrás da TV.
Flor é atrás da TV.
Chave é atrás da TV.
Tapete é no quintal.
Bandeira é na borracha.
Coerência é na bunda.

Dezesseis

Despertar e não reconhecer-se o mesmo de meses atras. Ótimo para quem se humaniza, péssimo para quem se normaliza. A nostalgia que nos leva aos momentos passados nos traz a percepção dos momentos presentes: quando você se encontra em um progresso, a satisfação te deixa deitar na cama e dormir. Mas quando se encontra em um retrocesso, esperança, desejo e saudade não te deixam descansar.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Promissora punheta

Todos querem um lugar ao sol mas se colocam sob o ar refrigerado. Assim é que começo escrevendo e termino punhetando. E não estou com vontade.

Macumba

Onipresente. Parece uma vida cíclica. Tudo igual. Tudo previsível, ainda que não se possa imaginar o desfecho. Em cada segundo eu sei quem vai estar lá. Em cada direção eu sei quem vai estar lá. Em cada minima expressão eu sei quem vai estar lá. E é assim que me condeno a nunca ter alguém aqui. Nem mesmo o Onipresente.